quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Sobre ciclos...

Na madrugada das ruas de Marechal Deodoro, berço da nossa República, antes e depois dos festejos do Ano Novo, vi tanto contraste que resolvi escrever algo. 

Pensei, refleti e percebo que o "Ano Novo" é um ciclo para todos nós que temos "face" para compartilhar momentos, inclusive como este, que temos a dádiva de comprar roupas, comes e bebes, talvez um smartphone Galaxy SIII, uma tevê nova para a copa ou um fogão novo; trocar um carro 2005 por um 2006, ou até mesmo trocar de amor.

Naquelas calçadas frias, vi um senhor barrigudo, de short vermelho e cabelo tipo cascão, completamente feio aquele corte, com uma latinha ao lado, de frente a uma casa fechada e apagada. Desconsolado.

Vi uma senhora de uns 40 e poucos anos, toda encolhida, bebendo uma latinha solitária enquanto passávamos, vendo a comemoração das outras pessoas ao longe.

Que "Ano Novo" aguarda pessoas como essas que eu vi? Refiro a eles, mas quantos anônimos não entendem o significado disso? Perguntam-se "O que é Ano Novo?" - " É tipo um ciclo que se renova." - Alguém tem o trabalho de responder. "O que é um ciclo?", questiona novamente o pária - " É quando as chances, oportunidades são dadas novamente; quando você termina algo que começou; quando certos acontecimentos tornam-se a se repetir sucessivamente..."

Nessa hora, o estorvo da sociedade se calaria. Não entenderia o cerne da resposta. Mas é enfático ao responder:

- "Nunca entenderei o significado de uma vida repleta de ciclos, onde todos tem uma chance. A minha vida, desde que me entendo de gente, é uma linha finita, reta, curta, onde não espero muito. Apesar de distante, sei como chegarei ao fim dessa linha. Do mesmo jeito que comecei." 

Então rezei por cada pessoa que não comemorava o Ano Novo de 2014.

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